sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O que você quer ser quando crescer?



É de lei: 
qualquer pessoa já respondeu a essa pergunta, pelo menos, uma vez na vida!  






Entretanto, a resposta mais sábia a este questionamento, na minha opinião, veio de uma "ingênua criança". Quando o seu professor, ao qual ele chama de "Mestre Linguiça" lhe interpelou. De pronto, como se fosse a conclusão mais lógica que pudesse existir, respondeu "Grande!"; esta idéia, não ensaiada, do Chaves, nos dá uma lição das mais lindas.


Quando um adulto qualquer, ou pelo menos aquele que se acha nesta condição, interpela uma criança com "O que você quer ser quando crescer" ele deseja ouvir qual escolha profissional, naquele momento, o infante acha que deveria seguir. Contudo, há um enorme disparate, se compararmos o que é falado, com a resposta que se deseja ouvir: ora, se a pergunta é "ser", porque o perguntador deseja ouvir sobre escolha profissional? Seria, por acaso, a profissão, o único motivo e sentido de se "ser quando crescer"? Poderíamos, nós, condicionar todo o complexo existir de um ser humano à sua labuta?


Salvo exceções, nós crescemos sendo ensinados (condicionados) que só seremos alguém, se tivermos muito dinheiro todo mês, um bom emprego, uma família bem estrutura e vivermos dentro dos padrões sociais mais aceitos e convencionados. Oras, porque não posso SER ALGUEM ganhando pouco e vivendo sozinho? Por que eu não posso SER BEM SUCEDIDO com um emprego que me faz feliz, independente de ganhar pouco ou muito? Porque eu não posso ME FAZER NA VIDA mantendo caráter reto, independente de onde eu morar?


Imediatamente, chegam as respostas mais que imediatas: é culpa do sistema! É culpa do capitalismo! Não, meu caro, a culpa não é do famoso "sistema", afinal, quem você acha que ajudou a construir este sistema que tanto critica? Não, meu caro, a culpa também não é do capitalismo, porque ele dá condições de livre crescimento a todos, o problema é o que nós fazemos com tanta liberdade; ou você ainda mantém a doce ilusão que na utopia comunista não havia inveja, discordância, perseguição, vaidade?


Vivemos em dias nos quais o vício perpassou a esfera do "jogo, bebida e mulher" que meu avô tanto era assíduo, quanto advertia os netos; para deslanchar no que chamamos de workholics - tradução literal: pessoas viciadas em trabalho, seja porque não acham algum outro sentido mais nobre à vida (seja ele de que natureza for), seja porque não acharam nada melhor para fazer.


Discussões à parte: o homem contemporâneo não sabe viver de outra maneira, que não condicionando o sucesso da sua vida ao seu sucesso profissional. Essa perseguição louca e desenfreada, esse objetivo banal e passageiro, causam alguns males, afinal, o homem não foi criado para se manter nessa fissura: depressão, solidão, stress, cansaço excessivo, ausência de relacionamentos pessoais, ausência de solidariedade, ausência de afeto, competitividade desleal, talentos abafados, habilidades enterradas... tudo em prol do SUCESSO, leia-se: dinheiro!


Utilizando-me do amigo Thiago Fook:
"Qualquer dia desses – afirmei recentemente a um amigo – vou chutar o pau da barraca e desistir dessa história sem graça de fazer outro concurso para dobrar o salário e subir um degrau na escadaria. “Vão para o diabo sem mim,/ Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!/ Para que havemos de ir juntos?” – posso ouvir Álvaro de Campos azucrinar. Mas o amigo, sensato, ponderou: - é preciso ser pragmático, primeiro o salário de juiz, depois a literatura… Ora, senhores, se não foi o pragmatismo que me fez trocar a sala de aula pelo bom salário de um burocrata, o que terá sido?"

(http://arriscos.blog.terra.com.br/2009/10/04/um-trago-de-cigarro/)


Enfim, meus caros, eu afirmo e reafirmo que nem a magistratura  nem a literatura, mas desejo a vocês e a mim que possamos pensar e agir como paulo: "Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo,  e não luto como que esmurra o ar." I Co 9:25, 26.


Pela coroa incorruptível, por essa sim, vale a pena viver holicamente, pois, nEle, somente em Deus, estaremos suficientemente e totalmente completos!


SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER

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