sábado, 3 de outubro de 2009

Pra que servem os espelhos do Motel?

Desde que entendi, e isto não faz tanto tempo assim, o que era espelho, teto, o que casais fazem na sua intimidade mais íntima e porque alguns lugares que as pessoas vão para dormir tinha um M, no lugar de um H, comecei a me perguntar "Porque existem ESPELHOS no teto de um quarto de MOTEL?"

Na verdade, nunca encontrei ninguém que pudesse me responder a essa pergunta com total convencimento: alguns afirmam que "é bom olhar" (mas será que todo mundo tem de ser voyer?), outros, que é "diferente do normal" (mas será mesmo que um simples composto de prata reflexivo tem o poder de tirar um casal da rotina e fazer (re)brotar um desejo, amor, paixão?), terceiros ainda argumentam que é "dispensável", ou seja, só um artifício criado pelos "estabelecimentos sexuais" para agregar valor ao local.

Bom, tentativas de explicação à parte, o fato é que ninguém, em situações normais de temperatura e pressão, tem medo de um espelho, esteja ele no teto de um motel, na parede do quarto ou no interior da bolsa.

Percebam: aquelas pessoas que acreditam, ou pelo menos fingem acreditar, não dever nada ao espelho, usam-no como (re)motivador de sua própria vaidade, gerando pérolas das mais diversas naturezas: "Como estou bonita hoje!", "Como meu cabelo é liso", "Nossa! Não tenho mais espinhas", "Essa calça caiu como uma luva", "Meu bíceps tá 'no grau' ", desaguando, assim, em situações caricaturadas como Melissa Kadore conversando com as suas "celulas-zinhas queridas".

Por outro lado, aqueles que sabem, ou pensam saber, que devem algo ao espelho, estes se escondem e evitam, até mesmo, um composto de prata reflexivo no teto de um motel. Quando temos contas a acertar, a última pessoa que queremos ver é o nosso credor batendo em nossa porta e dizendo "Pague o que me deve"; é isto o que o espelho faz. A imagem, por ser um retrato bem fidedigno à sua origem, dispensado os casos excepcionais, mostra a realidade nua e crua da qual não podemos fugir, mas da qual vivemos nos escondendo, sem querer enxergar, verdadeiramente, aquilo que temos ou não temos.

Todos nós, em maior ou menor grau, temos um credor e, por consequência, uma conta a acertar; seja com o nosso corpo, seja com a mente, com o tempo, com os amigos, com nós mesmos, com a ética, com os estudos... e, invariavelmente , com Deus. Desta última, muitos fugimos, para evitar um confronto nú e cru, com aquele que nos ama de maneira tão profunda que nos deixa, sempre, constrangidos e, portanto, preferimos fugir da realidade, da nossa imagem pecadora e imperdoável perante a retidão da perfeição dEle e nos afogar em nós mesmos; em outras palavras, charfurdar na lama e, pior, nem sempre vamos sozinhos, carregamos 1, 2 ou 3, nesta fuga em massa, pra bem longe daquele que nos ama.

Assim, não que os espelhos sejam maus, quer no motel, quer na bolsa, mas, pelo contrário, eles nos mostram a verdade, traduz em algo perceptível aquilo que não podíamos enxergar, de uma maneira que podemos analisar tudo aquilo que, antes, não conseguíamos. Então, aproveitemos os nossos espelhos, fornecidos por Deus nas situações mais imprevisíveis, para nos lembrar de quem nós somos e de onde viemos e, assim, nos deixar modificar para o aperfeiçoamento, por Aquele que nos quer sem disfarce, sem falsas imagens, sem percepções ocultas, para nos amar sem medida.

SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER.

Grato,


4 comentários:

Chega + disse...

Engraçado! ^^

Layanne disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Layanne disse...

sempre fugimos de nós mesmos.. e como somos feitos imagem e semelhança de Deus.. acabamos fugindo dEle por medo. Parabéns Reii.. escreve mt bem! =****

Anônimo disse...

Se fosse uma redação do enem se ia tira um zero

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